[O personagem, vestindo de
sarjeta se encontra com o palco, sua cama e seu coração vazio. Anda de um lado
para o outro fumando um cigarro procurando uma solução. Seus passos ecoam na
madeira indiferente. O palco esta sobre uma meia luz de lua; fria. O personagem
se vira para o público dando um trago profundo olhando no fundo do coração de
cada cadeira vazia. Após tirar o cigarro da boca e fazer um rascunho de gesto faz
como se fosse dizer alguma coisa, mas apenas fumaça sai de sua boca. Põe-se
novamente a andar de um lado para o outro com um pouco mais de inquietação. Novamente,
de um canto vazio crônico do cenário, para de frente para o público, fica como
uma taça vazia no canto da festa. Acende novamente a brasa do cigarro e com ele
na boca desce do palco. Parece fraco. Aponta para a única pessoa no teatro. Uma
mulher. Treme. Uma lágrima foge de seu interior, parece que esta com fome. A
fumaça esconde seu rosto. Vira-se de novo para o palco, tira o
cigarro da boca, desmaia os braços. Exalto. De repente Joga o cigarro no chão
com um ímpeto súbito(!) pisa como quem esmaga um inseto repugnante. Esmaga-se
com uma aspereza que não o pertence, olha por cima de sua dor e desaparece. Mil
palavra e o cheiro do cigarro ficam suspensos no ar]
Sempre Seus: Vito
Julião
Nenhum comentário:
Postar um comentário