Rua deserta





É madrugada fria
Numa praça sete
 que dança sob luzes laranjas
De postes que veem mais do que deveriam
E tudo o que resta da cidade
É o asco das baratas e dos mendigos
Que cantam [em silêncio] uma sinfonia de prédios e empréstimos
que, por Deus!,
Não se importam com o por do sol...
E assim vão saindo meus poemas
Aos pedaços
Ruins
Passo a passo
Cheios de quês e porquês
Doendo aos poucos
Arrastando-nos por essa longa avenida.
Cheia de ônibus que nunca vem.


Sempre Seus: Vito Julião 

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