Mata branca



ATENÇÃO!

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Boa leitura.
Sempre seus: O Autor











Para meus Avós
Seu Manéu e Dona Carminha


Mata branca

I

E na terra seca
Terra quente
 de arvores severas
do couro atrás da vaca magra
da vaca magra de todo dia
E na seca agreste
grande como a solidão do calango magro
o sol castiga
mas ai vem o fole
A sanfona
e a zabumba
na batida do coração e do triangulo
E  na alegria
da batida do pé do sertão
Na coragem do cabra
que diante mesmo da fome pesada de cada dia
Bate o pé
Bate palma
e traz canto e alegria
tirando a solidão pra forrozeá
levantando a poeira do chão
e fazendo chover
na alma alegre
de quem nasce a sombra do mandacaru
de quem nasce nos braços do sertão


II

E no asfalto
No transito nosso de cada dia
Entre prédios e barracos
Eles vão sobrevivendo
Longe de casa
Longe do açude
mostrando que mesmo em São Paulo mandacaru é forte
E na mata branca de concreto
foram eletricistas
Piões
Donas de casa
Mãe de quatro filhos
Tudo o que se precisava
E não desistem tão fácil
E que ainda carregam alegria do sertão
Na cocada
Na rapadura
No limão com sal
Na carne seca
Na fibra do coração
Porque aprenderam a vencer
A chorar
Cair e levantar
Com a peixeira nas costas
E a fé n’asa branca agreste
Porque só entende quem nasceu no seio da caatinga braba
Quem nasceu no enorme coração do nordeste


Sempre seus: Vito Julião

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